Levar uma vida mais saudável, com qualidade e bem-estar, passa necessariamente pela adoção de uma alimentação adequada e saudável e da prática regular de atividade física. O corpo humano foi feito para estar em movimento. E esse é um comportamento presente no dia a dia das pessoas. O problema é que os tempos atuais têm sido marcados pela redução dessa movimentação diária e pelo excesso de tempo em comportamento sedentário.

Especificamente sobre o câncer, já existem evidências que comprovam a relação entre os hábitos de vida e o desenvolvimento de tumores. Falando especificamente da atividade física, ela é amplamente vista como benéfica para a prevenção e o controle de diversas doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e obesidade. Mas o que muita gente não sabe é que o câncer também entra nessa lista.

De acordo com Alan de Moraes, profissional de Educação Física, fisiologista do exercício aplicado a grupos especiais, Mestre e Doutor em Ciências do Movimento Humano e pesquisador em oncologia e atividade física, a atividade física melhora o trânsito gastrointestinal, fortalece o sistema imunológico, controla o peso corporal e promove a adequação dos níveis hormonais.

Sobre a manutenção do peso saudável, é importante lembrar que o sobrepeso e a obesidade podem potencializar a possibilidade do surgimento de câncer, como o câncer de intestino. O excesso de gordura no corpo, sob uma perspectiva biológica, mantém o organismo em um estado inflamatório crônico, favorecendo a proliferação celular, o surgimento de mutações e, consequentemente, de diversos cânceres.

Mais de 12 tipos de cânceres são associados à alimentação não saudável, ao consumo de bebidas alcoólicas, ao excesso de gordura corporal e à  inatividade física. Dentro do universo masculino, o especialista aponta que os cinco principais tipos de câncer em homens são o de próstata, de cólon e reto, da traqueia, brônquio e/ou pulmão, de estômago e da cavidade oral.

Além da inatividade física, Alan explica que os principais fatores de risco para o câncer em geral são idade acima dos 50 anos, histórico familiar (ter um parente de 1º grau com histórico de câncer), alterações genéticas, tabagismo, uso de álcool, sobrepeso e obesidade. Ele reforça, ainda, que cada tipo de câncer possui fatores de risco individuais, mas que esses listados são os mais comuns. O profissional ressalta que o fato de possuir um ou mais fatores de risco não indica necessariamente que a doença ocorrerá, no entanto são maiores as chances de desenvolvimento do câncer.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, ainda que o fator genético possa influenciar o surgimento dos diversos tipos de câncer em homens, a grande maioria dos casos da doença está relacionada a fatores externos, que podem ser controlados ao se adotar hábitos mais saudáveis no dia a dia, incluindo uma vida mais ativa.

Incentivar a prática regular de atividade física e a redução do comportamento sedentário é de extrema relevância não só para os homens, mas para todas as pessoas, independentemente do sexo, da idade e de outras características. Afinal, esse é um hábito protetor para o desenvolvimento de doenças crônicas em geral, não combatendo somente o câncer.

Atividade física para além da prevenção

A atividade física também atua na diminuição do estresse e de sintomas depressivos e de ansiedade, bem como na sensação de bem-estar. Todos esses aspectos que melhoram a saúde mental das pessoas em geral, sendo ainda mais relevante para quem já fez ou está fazendo tratamento oncológico.

Para esse público, Alan explica que a prática de atividade física minimiza os efeitos adversos da quimioterapia, reduzindo justamente os sintomas de depressão e da fadiga, por auxiliar na manutenção da força muscular e do condicionamento cardiorrespiratório, podendo até mesmo prevenir doenças cardiovasculares associadas à quimioterapia.

É recomendada a prática de atividade física por homens com câncer em tratamento e pós-tratamento. Ele reforça ainda que pode ser considerada atividade física uma caminhada leve, pedalar ao ar livre e até a prática de exercícios físicos em academias, mas é fundamental que em todas as situações a orientação seja de um profissional de educação física habilitado e capacitado.

“As restrições de prática de atividade física devem ser feitas pelo oncologista e em consulta com profissional de educação física, mas na fase aguda do tratamento seja quimioterápico ou radioterápico, recomenda-se maior cuidado e atividades físicas de intensidade leve e de curta duração, distribuídas ao longo do dia. Ferida cirúrgica não cicatrizada e dor aguda também são impedimentos para a prática”, explica Alan de Moraes.

Sobre o Guia de Atividade Física do Ministério da Saúde

O Guia de Atividade Física para a População Brasileira incentiva a prática regular de atividade física e demonstra como manter uma vida ativa em diferentes momentos. Dividida em oito capítulos, a publicação aborda a prática de atividade física em vários contextos, grupos e ciclos de vida, além de trazer recomendações sobre a quantidade, a intensidade e exemplos de atividades aeróbias, de força e de equilíbrio, com indicações para um estilo de vida ativo.

 
Acesse aqui para consultar informações e recomendações específicas para crianças de até 5 anos, crianças e jovens de 5 a 17 anos, adultos e idosos, gestantes e mulheres no pós-parto, pessoas com deficiência e para a educação física escolar.

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