O título escolhido para este artigo já foi motivo de piada e comentários pejorativos, quando iniciei a jornada de treinamentos de comunicação usando um pouco das técnicas de meditação. Nada disso me afetou, de fato, pois a meditação nos ensina a separar o ofensor da ofensa. Somos amparados constitucionalmente pela liberdade de expressão e cabe a cada um de nós escolher a melhor forma de nos comunicarmos com o mundo e nos tornarmos seres humanos centrados ou não.
Ao longo dos últimos 15 anos, pude observar como as pessoas com controle emocional têm mais facilidade em se relacionar, em todos os ambientes, e possuem grau mais elevado da real competência profissional, pois são mais produtivas. Não estou me referindo a profissionais que estão sempre rindo e têm tom de voz suave, mas àqueles que conseguem tomar as atitudes certas nos momentos de tensão e conflito profissional; aos que focam atenção à agenda e buscam ser sempre melhores, em todos os sentidos.
O psicólogo, escritor e PhD da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Daniel Goleman, foi responsável por popularizar o conceito da Inteligência Emocional, no livro “Inteligência Emocional”, publicado no ano de 1986. Na obra, o autor defende a ideia do controle das emoções como alavanca essencial para o desenvolvimento da inteligência de um indivíduo.
A psicóloga Eunaihara Ligia Lira Marques e a assistente social Telma Elita Delfino produziram uma monografia, publicada em 2016, que apresenta as contribuições das técnicas de respiração, relaxamento e mindfulness no manejo do estresse ocupacional. No estudo, as especialistas comprovam os efeitos da terapia complementar na regulação emocional e na satisfação do trabalho no ambiente profissional.
Tese semelhante é defendida por Christian Schues, Coach Executivo, Mediador de Conflitos e Consultor de processos de desenvolvimento humano e organizacional do EcoSocial, que fala sobre o efeito positivo da meditação no dia a dia dos executivos ao auxiliá-los a apresentar melhores resultados, mesmo trabalhando sob pressão. O especialista cita, ainda, que a meditação tem melhores resultados quando aliada à boa qualidade de sono, prática de exercício físico e alimentação saudável. E, claro, ao acompanhamento psicológico com profissional da área.
Vejo como evolução não somente espiritual, mas de amadurecimento do ser humano, entender que as nossas emoções são determinantes aos resultados que conquistamos. Com isso, quando estamos mais centrados e focados no “aqui e agora”, automaticamente somos mais produtivos e nos tornamos pessoas mais calmas e objetivas.
A minha análise sobre o tema sempre foi informal, nunca fiz uma pesquisa para comprovar as sensações. Mas, em todas as minhas experiências profissionais, percebi (e percebo) como exercícios rápidos de respiração e concentração antes de começarmos a trabalhar auxiliam na harmonia da equipe. E, com isso, diminuem, e até acabam, com os problemas que afetam a produtividade empresarial – fofoca, procrastinação, assédio moral e a temida prática de expor colegas perante chefias, por e-mail, whatsapp ou em reuniões.
As técnicas de meditação e relaxamento auxiliam muito as pessoas, mas somente a mudança de pensamentos e de atitudes podem efetivamente auxiliar na melhoria do ambiente de trabalho. Tenho como experiência uma equipe de trabalho que praticava os exercícios e apresentava um resultado altamente satisfatório, pois batíamos todas as metas, trabalhando de forma consciente, sem exaurir os colaboradores, e tudo isso em clima leve e descontraído.
É isso aí. A esotérica e “sem noção” de antes, está, agora, amparada por especialistas em coach, executivos e pesquisadores que conseguiram comprovar, finalmente, que respirar fundo, pensar positivamente e projetar palavras edificantes no ambiente definitivamente aumentam a produtividade e, consequentemente, a lucratividade empresarial.
Ana Luísa Marçal, jornalista, consultora em Comunicação, mestre Reiki, facilitadora de treinamentos de oratória, media training e meditação.
Foto: Pixabay. Publicado em 15 de janeiro de 2019.
